quarta-feira, 25 de maio de 2016

O peso da rotina.




É incrível como as vezes a gente se perde no próprio caos. A gente se afoga nos próprios erros, nas próprias mágoas, nas próprias lembranças perturbadoras. As vezes nós nos tomamos escravos sozinhos, seja dos aparelhos eletrônicos, do trabalho, das outras pessoas, de situações das quais temos total responsabilidade. Nos tornamos escravos das lembranças de atitudes que tomamos, das quais não conseguimos nos perdoar, das situações que nos colocamos, mas não nos movemos para nos retirar. Viramos escravos de nossas atitudes, de nossos desejos, das nossas mágoas, das nossas memórias dolorosas, da nossa própria negação do nosso perdão. Acabamos nos tornando escravos do nosso próprio caos, viciados em nossas próprias manias, algemados em nossos próprios sentimentos que nos impedem de mudar. Sonhar? Não existe mais tempo para isso. Respirar? Não existe mais tempo para isso. Pensar? É complicado demais e requer um tempo que eu não tenho. Enfim, um bilhão de pequenos detalhes que passam batidos e nos transformam nessa imensidão de dor e culpa. Passamos dias sonhando com aquele tempo livre, aquele momento saudável, aquele momento de paz, e então quando ele chega, nos pegamos perdidos, sem saber para onde ir, tão perdidos que acabamos nos atormentando quando temos tempo de sobra para pensar, tempo de sobra para ser livre, tempo de sobra para sorrir, ser saudável e ser feliz. Sim, é nessas horas que percebemos o quanto nos tornamos escravos dessa humanidade desumana. É nesses momentos em que percebemos que nos tornamos aquele tão e temido "só mais um". Nos transformamos e modificamos tanto que mal conseguimos nos reconhecer. Então algumas lembranças do passado vem nos perseguir, vem aparecer e nos deixam em situações das quais não sabemos lidar, pois estamos tão acostumados a viver em meio do pensamento igual que nos rodeia, que vivemos no piloto automático, fazendo coisas automáticas, sem colocar sentimento. Incrível como é tão fácil se acostumar nesse caos e em seu próprio momento de descanso e tranquilidade, acaba se transformando em uma lenta tortura e nos faz querer apenas voltar para aquele local do qual não era necessário pensar e viver, nem analisar para poder responder. Nós nos perdemos em meio ao nosso próprio caos interno e dificilmente poderemos nos salvar, se continuarmos a não nos perceber. A não olharmos nos nossos próprios olhos e deixarmos de amar quem somos e não nos dedicarmos a nós mesmas. Então que tal tentarmos nos reconhecer? Que tal verificarmos nossas diferenças e aprender a conviver ou a mudar? O primeiro passo é refletir, é se olhar nos olhos e sorrir e aprender a se amar, se perdoar, a não se julgar e ser livre de qualquer energia ruim. Vamos aprender a cultivar aquilo que temos de melhor e focarmos em sempre melhorar, porque defeitos e dificuldades existem para que possamos aprender e evoluir e buscar sempre o que melhor no universo há.
(Mayra Turquetto)

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