quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Laços da janela....

         


Da janela vejo novas oportunidades, princípios envelhecidos deixados para trás, que hoje já não fazem parte dessa vida vivida em julgamento. Hoje isso não faz mais parte e as promessas nao feitas ganham oportunidades para existir. São laços novos se formando depois dos antigos terem sido rompidos após tanto tempo com ausência de ternura. Já não existia mais aquele laço que lhe prendia, já não existia mais aquela beleza do embrulho. Eram apenas itens desconectados vivendo juntos por proximidade de valores. Fez-se então as lâminas da vida e esses laços foram rompidos e toda a liberdade que a cercava se tornou uma imensidão. Houve medo no início, houve tormenta e houve solidão, até que se fez a luz do dia e acabou-se a escuridão. Sua fita seguiu sozinha, sem lembrar-se de seu antigo laço e aquele lado amassado, seguiu se passando até se encontrar novamente. Eram traços da vida que surgiam, eram noites quentes e madrugadas frias. Era tudo de novo se tornando um momento importante para lembrar-se de que jamais haveria solidão, pois seus sóis seriam sempre a luz e seu céu seria sempre uma imensidão, pois independente de seus versos, ela sabia que dentro daquela sua vida, sempre caberia um novo refrão. (Mayra Turquetto)

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Preciso dizer....

É estranho esse sentimento, às vezes parece bom, às vezes soa lamento, às vezes é apenas um resumo de tudo o que você me despertou. Atualmente eu não sei mais quem eu sou, se é aquela que eu era com você ou aquele que seguiu seu voo. Foram poucas as palavras trocadas, mas as que foram mais doloridas foram as flechas que não foram lançadas. Essas doeram com um ardor profundo. Essas foram as mais doloridas e de longe as que alcançaram mais profundo. Eu descobri que palavras machucam, mas o que machuca mais é o silêncio. Eu não sei se já te disse, mas eu prefiro discutir com você e ficar triste, do que soltar palavras ao vento das quais você lê e não quer responder. Eu me senti um tanto quanto magoada, por você ter virado as costas para mim depois da minha entrega desvairada. Foi uma discussão tão boba. Palavras trocadas com mágoas, que chegaram a amargar minha boca. Não era o que eu queria para mim, não era para ter virado uma discussão desalinhada. Era para ser apenas uma troca de opiniões. Era pra ser mais que uma noite em seus lençóis. Era pra ser uma vida junto, construindo nossos próprios caminhos lado a lado. Era pra você ter segurado o meu coração e não o ter despedaçado. Era pra termos construído juntos o castelo em que queríamos viver. Era pra sermos exatamente o que queríamos ser. Hoje somos apenas lembranças de um passado que de repente de uma coisa linda, se tornou em tudo errado. E eu me pergunto até hoje o que será que deu em você?! Eu fui mais que uma das tuas muitas companhias? Eu trouxe de monte para você, o tamanho desse sentimento que você tanto me trazia? Eu te trouxe mais que alegrias? Porque eu já não sei mais se tudo faz sentido ou se não passou de um sonho.  Eu não sei qual vai ser a minha vida se eu não tiver uma explicação melhor para esse bendito encontro que mais uma vez terminou com o meu muro de proteção desmanchado. Eu não sei mais te dizer se tudo foi certo ou se tudo foi errado. Eu só sei te dizer que eu não estou feliz assim, então posso fazer uma pergunta? Volta pra mim? 
(Mayra Turquetto)

Eu não quero...

Eu não quero ser esquecida em sua memória vazia. Eu não quero ser aquela tarde solitária e fria da qual você não quer se lembrar. Eu não quero ser deixada de lado e ser substituída como um papel timbrado onde se risca o lado marcado e se escreve no verso um rascunho para no cesto perecer. Eu não quero ser a lembrança sofrida de uma vida não vivida e uma sombra marcada para não permanecer. Eu não quero me esquecer. Eu não quero em uma memória morrer. 
Eu quero deixar minha marca, minha essência, minha falha, aquela que não machuca, mas deixa a alma marcada por ali viver. Eu quero ser teu sol, seu silêncio ou teu farol para te guiar na escuridão. Eu quero ser tua calmaria e turbilhão, teu isolamento e tua multidão, tua letra e teu violão do qual você não precisa, mas não quer ficar sem conviver. Eu quero ao teu lado crescer. Eu quero teus gostos conhecer e ser para você o que você mais gosta, seu sorvete, sua torta de amora, sua pipoca em um cinema numa noite de lazer. Eu quero poder contigo conversar e te mostrar como é sonhar acordado e ainda sim poder adormecer. Eu quero passar o dia do teu lado, e a noite em teus braços me aquecer. Eu quero dentro de ti viver. Não quero muito. Quero ser a brisa que te assopra nas noites de verão e que você não tenha a necessidade por mim, mas que de preferência para estar do meu lado, só para que eu possa permanecer. É isso o que eu quero viver. É isso que eu quero ser. É difícil ou impossível acrescentar e comigo florescer? Eu não quero te perder então por favor, abra a porta e me deixa entrar?  
(Mayra Turquetto)