quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Eu não quero...

Eu não quero ser esquecida em sua memória vazia. Eu não quero ser aquela tarde solitária e fria da qual você não quer se lembrar. Eu não quero ser deixada de lado e ser substituída como um papel timbrado onde se risca o lado marcado e se escreve no verso um rascunho para no cesto perecer. Eu não quero ser a lembrança sofrida de uma vida não vivida e uma sombra marcada para não permanecer. Eu não quero me esquecer. Eu não quero em uma memória morrer. 
Eu quero deixar minha marca, minha essência, minha falha, aquela que não machuca, mas deixa a alma marcada por ali viver. Eu quero ser teu sol, seu silêncio ou teu farol para te guiar na escuridão. Eu quero ser tua calmaria e turbilhão, teu isolamento e tua multidão, tua letra e teu violão do qual você não precisa, mas não quer ficar sem conviver. Eu quero ao teu lado crescer. Eu quero teus gostos conhecer e ser para você o que você mais gosta, seu sorvete, sua torta de amora, sua pipoca em um cinema numa noite de lazer. Eu quero poder contigo conversar e te mostrar como é sonhar acordado e ainda sim poder adormecer. Eu quero passar o dia do teu lado, e a noite em teus braços me aquecer. Eu quero dentro de ti viver. Não quero muito. Quero ser a brisa que te assopra nas noites de verão e que você não tenha a necessidade por mim, mas que de preferência para estar do meu lado, só para que eu possa permanecer. É isso o que eu quero viver. É isso que eu quero ser. É difícil ou impossível acrescentar e comigo florescer? Eu não quero te perder então por favor, abra a porta e me deixa entrar?  
(Mayra Turquetto)

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