sábado, 10 de junho de 2017

Sobre corações partidos....

        

Em algumas manhãs ela costumava se levantar e pensar no ocorrido ou imaginar como seria se tivesse acontecido diferente. Sabe, às vezes não era às mil maravilhas, às vezes não era o que ela queria, mas era aquilo que fazia seu coração bater. Mal dormiu na noite do ocorrido, e quando levantou de manhã sentiu um pouco de si morrer. Seus passos se tornaram lentos, sua mente um verdadeiro tormento e tudo o que queria fazer era correr. Os dias foram se passando, ela foi se curando e reaprendendo a viver. Viajou para alguns lugares, conviveu em alguns lares e até então a dor pareceu se suspender. Todos os dias viraram alegrias até que um belo dia cruzou novamente com seu antigo querer. O choque foi instantâneo, o desespero e a esperança se chocaram em seu crânio e ela não sabia realmente o que fazer. Fingiu todos os sorrisos, forçou a simpatia e que vivia em um paraíso, mas soube que a dor que havia a muito adormecido, acabara de voltar renascer. Por sorte pôde sumir para um paraíso que a muito tempo gostaria de conhecer. O paraíso era tão perfeito que ela se sentia plena e maravilhada, sentiu-se completamente sortuda e um pouco depois ingrata por não se sentir por inteira verdadeiramente grata. Sim, a plenitude era estar rodeada do bom e do melhor, mas aquele canto ainda estava a doer. Passou por mil rostos bonitos, até que houve um coração esquisito que a fez sorrir ao querer um presente lhe fazer. Não havia percebido o quanto estava machucada, até ter sido atingida pelas palavras animadas daquele desconhecido que a abordava com a simpatia magnífica de um anjo que veio para lhe convencer. Lhe convencer de que poderiam haver milhões de motivos que poderiam lhe tirar o riso, mas que o que valia a pena era ter sempre a vontade de sorrir e viver. Por mais que a dor fosse profunda, a vontade de sorrir traria todos os dias, a força de esticar os lábios ou sorrir com a porta das almas, um sorriso de quem nunca deveria deixar de querer. Ela entendeu então, que por mais que tapasse a ferida, ela jamais deixaria de doer. Ela precisaria de tempo, tempo esse sem precisar se esconder. As férias vem e vão, mas as marcas de batalha sempre ficam. Não se justifica uma perda, sem o aprendizado da vida, por tanto abriria sua cabeça e sentiria com seu coração. Todos os dias viriam a existir obstáculos, mas ela sempre teria a fé de que nenhum de nós passa por nada que não precisamos aprender.